"Toda ação tem uma reação oposta e de igual
intensidade", básico, qualquer idiota entende isso. Na prática, todos
esquecem esta lei da física, e, ela se aplica em tudo; no que comemos, quando
andamos, e também, quando falamos asneiras, ou não! A única exceção à regra,
não sei por que, é quando o artista mostra seu trabalho para poucos e quando
bem executado a reação oposta é maior e mais intensa. Existe a emoção
envolvida? Claro que é isso! Somos seres movidos pela razão e emoção. E neste
caso a lei não se aplica! Quando essa
emoção, vindo de nossos ouvintes e interlocutores volta para nós, ficamos
felizes. Por que, e normalmente, ela é multiplicada. E pouco se explica disso. O
motivo de gostarem mais de uma música do que de outra ninguém sabe ao certo
como acontece, existem estudos reconhecidos, mas, não sabemos o que toca as
pessoas, e por que algumas coisas tocam mais do que outras. O artista se
envolve além da emoção, cuida, como se aquele trabalho fosse do “eu criador”, o
“Eu” fica em primeiro lugar. O “eu criador” se torna um Deus. E esse Deus não
permite criticas e reações adversas. Quando comentados sobre esse ou aquele
trabalho, por jornalistas e críticos de arte como exemplo, aumenta ainda mais o
interesse pelo feito. Se for para o lado pessoal ou mesmo o da critica (estamos
sendo criticados), aí que cometemos os deslizes. Caímos no erro, muitas vezes,
de achar que estamos sendo perseguidos. O que não é verdade. E queremos dar a
resposta à altura, senão muito mais alto do que conseguimos alcançar. Onde está
meu lugar? Empurre esse cara para lá, se ele cair, dane-se!
O desejo de ser reconhecido nas ruas, em geral, é de todo
o artista. Andy Warhol foi enfático, gerou polemica, um visionário. Mas como
entender um visionário, como as pessoas saberiam o que iria acontecer com a
humanidade, e naquela época? Antes, para ascender uma lâmpada era preciso
clicar no interruptor, hoje, basta falar: Ascender luz! Ou mesmo, de um aparelho,
a milhares de quilômetros podemos ligar todas as luzes de casa num clique! Tudo
mudou, perseguimos desenfreadamente um lugar ao sol e existe cada vez menos
espaço na sombra. Deixamos de “o ser” artistas e nos transformamos em “máquinas
de fazer arte”. Nem pretendo citar
Walter Benjamin. Ultrapassamos qualquer teórico, estamos perdidos. Talvez,
Umberto Eco. Parafraseando seu trabalho, uma obtusidade do artista em relação à
massa. Seres integrados. Artistas funcionais, e nem um pouco preocupados com as
criticas das ações. Visão somente na praticidade de se multiplicar, criando um
sistema de massa que valoriza a quantidade, relativo à fama e ao sucesso. A priori,
está emanação de conteúdo vindo ou não do alto escalão artístico, é baseado na
alienação. A massa aprisiona o artista. E o mesmo agora, manipula suas funções
em detrimento do lucro. Estamos indefesos em ambos os lados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário