RELATO DE UMA PESSOA QUE RECEBE UMA ENTIDADE "ESPÍRITOS" EM CURITIBA - Mulher de 52 anos formada em Letras e Linguística.

Verdade seja dita, para alguns, é difícil ler um bom livro e uma boa poesia, ouvir uma boa música, ver um bom quadro, assistir a um bom filme, e com um mínimo de veia artística não sentir-se tocado por um ser divino que lhe estende a mão e o norteia para fazer uma obra de arte naquele instante. Sério? Existe muita poética nesta conversa, inspiração divina, mesmo! Um ouve e outro vê, e os espíritos estão à solta. Preciso consultar os parapsicólogos. Afinal, eu não tenho sentido isso quando quero fazer um trabalho em arte ou música. (Eu não, graças a Deus!) Descobri esses dias, um Dr. Parapsicólogo, vou chamá-lo de Guino, para preservar sua identidade. Se não me engano ele é curitibano de sotaque e sobrenome. Entende muito bem desses assuntos fantasmagóricos, praticamente um Caça Fantasma. Confesso que me deu um pouco de medo. Alias, ainda mais, quando ouvi seus relatos referentes aos artistas que recebem essas inspirações divinas. Aquelas do outro lado do mundo (onde vivem os espíritos) e existe lá um espírito chamado de “Dom Divino”. Ele deve ser italiano! E pelos relatos a conexão não deve estar muito boa. Afinal deve ser por que a Itália é bem longe do Brasil! Com certeza a conexão está ruim. Culpa das operadoras de telefonia. Os fenômenos Poltergeist não estão chegando com clareza para esses seres inspirados pelo tal Dom. Deve ser por isso que eles só ouvem as vozes e veem os vultos. E não para por aí. Dr. Guino conta que, nestas pessoas especiais, que andam pela cidade de Curitiba se aproveitando do fenômeno, correm para de trás dos ectoplasmas a fim de se tornarem invisíveis. 
Impressionante eu achei um dos relatos que ele me contou:

Mulher de 52 anos recebe Dom Divino em seu apartamento e começa a psicografar até amanhecer o dia.
Ela conta que, entre poesias e ensaios críticos, chegou ao ponto de cantarolar algumas músicas. Plumas e paetês apareceram para fazer parte da festa, chegou a flutuar pela sala.
Dr. Guimo explica ser um fenômeno típico e é sempre normal flutuar, na maioria dos casos! Ela relata chegar a sair do chão por alguns segundos, e acredito como uma autoridade em parapsicologia ocorreu sim uma possessão do Dom Divino. O problema veio depois e sua conversa ficou muito estranha, começou a ver pessoas olhando-a pela janela, e uma delas, em especial a perseguia com os olhos, será sua inimiga? Esse olhar era estranho, mas seu rosto parecia familiar. E comentou: “Dom Divino nunca me apresentou esse espírito.” Mais tarde, quando amanheceu, ela me disse ter ido ao mercado e o espírito, com aqueles olhares, a acompanharam e ninguém me percebeu a presença dela ali naquele espaço, havia se escondido atrás deles. Escondi-me nos vultos, disse ela! Um ou outro me olhava, mas parecia transparecer, como se eu estivesse com a capa de invisibilidade do Harry Potter. Ainda bem, não quero que me descubram. Quero ficar incógnita!
Estudando seu histórico, viu sua formação escolar, aonde, como estudante ela chegou a doutorado em letras e linguística, o que parecia normal. No entanto, em conversa menos formal descobriu que ela havia, quando mais criança, feito troca-troca com uma coleguinha de classe, brincava no Clube e participada de vários bailes de Carnaval no Iate, e que também, frequentava a Missa todos os Domingos. Depois dos 15 anos se tornou menos puritana e se jogou na vida, deu, fumou, bebeu, comeu, jogou e começou a tocar violão. Até que a família decidiu que iriam coloca-la para estudar, senão estaria fora de casa. Nas ruas aprendeu Kafka, Camus, Camões, Marcos Prado ouviu falar num tal de Helio Oiticica, Leminski e por fim acabou como uma vampira de Dalton Trevisan, ou uma Pagu curitibana que se esconde por traz. Agora está por aí, querendo se esconder por traz do espírito do Dom, mas mesmo assim dá a cara pra bater.

Prefiro acordar e reescrever cinquenta mil vezes, pintar o mesmo motivo dez mil vezes, destruindo e reconstruindo, até achar que ficou como eu queria. Não quero ter um Dom Divino falando comigo, tenho medo de fantasmas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário