Entrevista concedida por Mônica Zielinsky – Catalogação das obras de Iberê Camargo

Mônica Zielinsky
Professora do Instituto de Artes da UFRGS e integrante do Conselho de Curadorias da Fundação Iberê Camargo.

Como foi trabalhar com a genealogia de Iberê Camargo, no aspecto da reflexão em sua obra?
Esta visão é bastante rica para os estudos da obra de Iberê, pois retraçam-se por ela seus caminhos desde a época de sua formação até a atualidade. Compreende-se nesta perspectiva as influências sobre sua obra, as suas relações com o meio de arte e com os artistas, etc.
Chegou algum momento na pesquisa que, se percebeu que os carretéis seriam mais que uma simples investigação de Iberê?
Os carretéis eram vinculados à sua infância ao ver sua mãe costurar. Mas eles são assuntos para suas obras a partir de 1958, quando ele deixou de pintar ao ar livre por problemas de saúde. São investigações em sua obra sim, eles são presentes até o final de sua produção.

Existiu alguma referência artística no trabalho de Iberê Camargo, uma pesquisa na palheta de “tal pintor” ou movimento, que realmente ficou refletida ao longo dos anos?
Iberê não gostava muito de falar sobre influências, mas sabe-se que muitos artistas foram significativos para seu trabalho, especialmente os de herança européia. Entre eles, valorizava os pintores Rembrandt, Rouault, Goya, Picasso e Matisse, entre muitos outros. Admirava também Goeldi na gravura e também as gravuras de Goya em especial.
Fundação Iberê Camargo

Como é trabalhar com patrimônios culturais?
Um trabalho movido por uma constante consciência ética, mas também gerador de grande prazer, por se trabalhar com a produção artística, algo sempre atraente e permeado por pontos polêmicos para discussão.
A Fundação Iberê Camargo está ligada a instituições de ensino?
A Fundação Iberê Camargo não está ligada em sua estrutura a instituições de ensino, porém alia-se à universidade em convênios, como por exemplo, com o UFRGS para  o trabalho da catalogação de sua obra (trabalho pelo qual sou responsável).
Existem verbas na Fundação Iberê Camargo para pesquisas, elas são patrocinadas por empresas privadas ou se utiliza da Lei de Incentivo a Cultura?
A Fundação Iberê Camargo é uma instituição privada e sem fins lucrativos. Para desenvolver seus projetos ela lança mão das leis de Incentivo à Cultura e de Editais e, através desta, recebe o apoio de outras empresas privadas.
Existe alguma tendência na arte contemporânea atualmente?
A tendência hoje na arte contemporânea é precisamente sua extrema abertura a todas as tendências, a todas as mesclas culturais e de produção. Por isso se diz que ela é plural e multicultural dentro de um sistema de arte global.

Entrevista cedida por e-mail a Rodrigo Ferreira do Amaral 30/11/2010 
Imagens retiradas de entrevista do site da UFRGS Alexandre Lucchese, estudante do 7º semestre de Jornalismo da Fabico — Especial para o JU, Título: A arte que está lá fora

Fim de semana no MON tudo para ver Chagall. Com manos e minas, cachorros e cadelas afins



Ontem fui passar um fim de tarde com a Silvia no MON para ver alguns trabalhos expostos no museu, impressionante o numero de manos, minas, cachorros, cadelas afins naquele lugar, mas o que realmente importou foi ver trabalhos de Salvador Dalí, Picasso, Chagall, Klee, Gary Hill, dentre outros.
Um que me fez parar e pensar foi o de Christian Boltanski, o trabalho simplesmente flui para nós, o que se espera? É como declínio da sociedade em espera e sem parentes, somente a lembrança. Não sei se foi como colocaram o trabalho no local, mas, me deu a impressão de ser uma cidade cheia de nomes e de cores, as imagens se transportam para fora da caixa facilmente, e teimo em dizer que aquilo me pareceu uma “Sitcom” bem americana, você ri e chora com uma facilidade.

Teio Meedendorp perito em Vincent Van Gogh

Theo apresenta a Vincent um pintor chamado Van Rappard. Seguindo o conselho de seu irmão Theo, Vincent Van Gogh em outubro de 1880 fez uma visita a Anthon Van Rappard, em Bruxelas. Em Março do ano seguinte uma amizade entre os dois artistas pareceu ter se desenvolvido; Van Gogh e Van Rappard trabalharam em um atelier. Mais tarde, Van Gogh em suas cartas a Theo expressou profundo apreço por Van Rappard. A correspondência entre os dois artistas começou com seus pensamentos artísticos. Um total de cinco anos a amizade sobreviveu, com 55 cartas escritas. Alguns anos atrás, elas foram adquiridas pelo Museu Van Gogh.


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Texto original
quarta-feira 17 de novembro de 2010