Tenho uma
análise para fazer sobre a produção de discos e CDs, para os amigos musicais e
pode fazer certo sentido para alguns. Espero que seja relevante e contribua
para uma reflexão. Quando cavamos um buraco na beira do mar, a todo custo queremos
deixar mais fundo, tirarmos mais areia e, sem sucesso não avançamos; quando não,
o buraco fica mais largo, a maré invade e volta tudo como antes. Comparo
o objeto de arte e a fruição do pensamento, sobre ele, comparado ao “fazer um
buraco na areia”. Somos humanos, e precisamos, sobretudo, voltar e buscar no âmago
o desejo de cavar, busca no ofício e na reflexão. Existe ainda, contudo, o
papel da memória, a lembrança, onde, sentimos outra necessidade dentro de outra
ainda, e precisamos voltar a cavar nossas memórias. Tudo para retomar esse
antigo desejo, em que, queremos chegar a um novo lugar, mesmo que, sem fim. Assim
é a arte no meu ponto de vista.
Minha
proposta, para este texto, tem como foco da produção de discos e CDs. Mas
antes, desenrolo o fato a existência de dois tipos de artistas, que em ambos os
casos se beneficiam ou sofrem com essa questão. Vou nomea-los de: Os artistas
funcionais, aonde, à função, ao fim pratico e os artistas migrantes, desconfortáveis,
que se deslocam no tempo e espaço. Cada um deles será tratado de forma
diferente aqui. Mas antes, pretendo comentar um pouco sobre a produção fonográfica
destes artesãos interneticos. Atualmente
o artista ultrapassou o limite da produção e do fechamento do trabalho. Está no
controle de tudo, até, de quem está ouvindo sua música. O que é interessante e
pertinente em certos aspectos. Saber quem nos ouve e quem gosta do que estamos
fazendo, na maioria dos casos é fundamental! Cria-se uma ligação entre o
criador e seus discípulos (ouvintes). Com todo respeito aos fãs, mesmo por que,
são eles que proporcionam nosso dia a dia árduo. Agora, se, como artistas,
somos abastados ou temos uma forma de sobrevivência, melhor ainda. Liberdade é
tudo! Mais fácil se torna a vida e temos mais tempo para estudar e sermos melhores
músicos, compositores, cantores, atores, artistas visuais, fotógrafos, etc. No
entanto, para muitos outros, não tão abastados, e que, pretendem viver de seu
trabalho em arte, e não é fácil. Ainda mais, enquanto somos vistos como segunda
opção no olhar do contemplador (ou, ouvinte), preferindo este, o mundo natural.
O que, certamente é maravilhoso. Então, temos aí, a abertura de mais uma
problemática: O contemplador. Esse, muitas vezes, acostumado agora com o
surgimento das coisas a sua frente. O que
é proposto pela mídia de massa e ele aceita sem questionar. Casos também das
redes sociais, onde, um indivíduo pode se tornar o condutor de um processo imbecil
em que vários indivíduos o seguem, tomando-se ele um idealizador, como seus
seguidores. Estes muitas vezes o seguem cegamente.
A tecnologia computacional
permitiu o surgimento de novos processos de comunicação e de produção, onde, cada
artista tem o controle de tudo o que produz. Até mesmo, depois da suposta
finalização do processo de criação (artista migrante), desconfortável ainda se
sente. Gostaria agora de falar do mp3 e de sua livre distribuição pela Internet.
A oferta cria demanda, e é assim que os mestres do capitalismo vêm resolvendo suas
estratégias mercadológicas e financeiras. Entretanto, e sempre, geram-se
conflitos; não é regra, mas geralmente, para o mercado das artes e da música
isso irá sempre acontecer. Por parte do criador, se ele tiver um mínimo de
compaixão com seu trabalho (artista funcional) e de quem o comercializa o
trabalho e que está sempre com vontade e ímpeto de ganhar mais e mais. No
entanto, e, na maioria das vezes, esse conflito é resolvido com mais dinheiro (artista
funcional). Estas verdes notas, que afagam e acalmam os ânimos, comprando assim
uma nova alma para este artista. O que, até então, no meu ponto de vista, não
deve ter nenhum mal nisso! Afinal, todos nos queremos uma aposentadoria digna. Voltando
ao capitalismo. Não temos como negar que existe um propósito, bem claro nesta
frase “Existindo demanda cria-se oferta”, expressão "a oferta cria demanda". È a forma mais eficaz de fazer propaganda do
seu trabalho sem gastar muito (artista funcional), e a forma mais abrangente
(artista migrante) de se deliciar.
“Pirataria não afeta venda de música
digital” e nem vai afetar sua vida!
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