Ataque de loucura vira tortura entre dois companheiros da arquitetura contemporânea do descaso ao consumidor e ao produtor.


Em uma sala bem pequena, mas, com milhares de metros quadrados cerebrais, dois colegas, o Parceiro e o Companheiro se perguntam, vendo outro terceiro fora de foco, que está do bem ao lado. Se percebe? Como chama esse cara aí ao lado? “Eles”. Sim, é o que parece, ele está fora de foco. Bom deixa pra lá, não precisamos de “Eles” nessa conversa. E seguem no bate-papo: Esse cara aí ao lado incomoda... Foi num piscar de olhos e tudo acabou. Estivemos aqui esses dias, fazendo barulho e agora tudo acabou. Deixamos uma fagulha acesa em meio aos debates, e agora acabou. Tão rápido! Mesmo se o vento soprar será difícil ascender, estou achando. Não devemos perder a esperança! (Eu quero!) Seria preciso alguém assoprar.
O Parceiro questiona: Se assoprarem não vão espalhar as cinzas? E de cinzas ninguém quer ficar sujo! Imagine para lavar a roupa? É difícil! E lavar a cara da poeira que levanta, só em casa! Cansei, vou cuida dos meus afazeres matinais, dançar e vestir o vestido que a minha amiga me deixou!
O Companheiro: Volte aqui! Não vá nessa viagem e me deixe só!
Num empurrando, num tropeção, num esbarrão no, “eles” fora de foco. (Que sai se juntando, mas volta firme!) O “Eles” pergunta: Por que fez isso comigo e me empurrou desta forma? O Parceiro nem respondeu saiu ligeiro, nas tamancas, para pensar.
Logo depois o Parceiro chegou em casa, preparou suas vestes bem femininas , colou seu batom e posicionou-se para escrever. Minha resposta a sua pergunta “Eles” é: Bla, bla, bla!
Sabe. Ontem voltamos lá, e ninguém percebeu que estávamos de volta. Alguém disse para mim que, até se lembravam do que fizemos por “Eles”! (- Eu e você fizemos por “Eles”!) Disse-me, falaram, cochicharam pelas nossas costas e que, voltamos aqui para assoprar as fagulhas e nada, nada de ascender uma só chama! E agora? Poderíamos pegar mais gente para nos ajudar? Por quê? Poderíamos invadir as mentes, mas como? Eu quero, ele quer? E “Eles”se enche de ser ignorado e pergunta: E “nós”? O Parceiro rapidamente responde: Nós? “Nós” não existe! Existe é a invasão. Somos poderosos não entende? O “nós” é a invasão é o nosso poder de persuasão!
“Eles” começa a ficar focado e diz: Vocês não tem um objetivo, um ideal como Che, Marineti ou Oswald. Não tem educação, querem entrar sem pedir licença e nem perguntar se querem o que estão fazendo. Tem que pedir? Os dois se voltam assustados. “Eles” volta a falar que, se vão hastear uma bandeira com um Hino e falar de uma nação é bom que esta nação saiba. Ou, no mínimo que estejam com vocês. Se vão falar por todos eles, devem avisar!
Os dois resolvem acabar com a dúvida do “Eles”: Que nada! Se tá por fora, eles nos amam! Precisam da gente.  
Então tá, falou!

Mim quer tocar, mim gosta ganhar dinheiro

Uma das ultimas publicações da Rádio Liga Curitibana gerou um debate, não só dentro do portal, mas também nas redes sociais.Link. Ok! Um pequeno debate! E na verdade o que mais importa é o que estamos discutindo e não quantos estão nesta conversa. Resta saber se, estamos com o mesmo objetivo. No texto, Rodrigo F. do Amaral levanta algumas questões sobre a produção, o oficio da arte, e uma reflexão sobre o processo de venda e divulgação dos trabalhos em arte.
Ângelo Esmanhotto abre a conversa refletindo sobre a educação: “Num disco físico esta o registro de um trabalho. Este trabalho musical pode ser guardado também em partituras, o que é a meu ver muito mais duradouro (tenho tocado música escrita no século XIV). Num passado não muito distante as pessoas compravam partituras para tocar em casa, quando ainda não havia sido inventado o processo de gravação de áudio. A família reunida em volta do piano eram os consumidores/ouvintes de música. Aqui cabe dizer que deveríamos saber tocar algum instrumento.”
Comenta ainda, sobre a difusão musical, antes mesmo da invenção da vitrola, ou, dos mais antigos, como o dispositivo de gravação e reprodução sonora mecânico, fonógrafo de cilindro, inventado por Thomas Edison em 1877. Esmanhotto diz: “Como o mercado de venda de partituras era bom. Quer dizer a única forma de se ter música dentro de casa, sem ter que pagar um músico para executa-la. Produtores/editores fizeram o seguinte, contratavam músicos para fazerem arranjos mais simples de temas de sinfonias ou separavam temas de sonatas e/ou suítes de forma que qualquer pessoa pudesse tocar a música do seu gosto. Exemplo: aquela música do caminhão de gás. Ouvir música ao vivo fora de casa era muito raro. Hoje não.”
E termina refletindo, mais um pouco, sobre os consumidores de música: ” Lembro que eu andava com o disco do Black Sabbath debaixo do braço, era meu jeito de dizer que fazia parte de um determinado público. O disco físico não era só música representava também o meu discurso "sócio-político-cultural", que na real era promulgado por pessoas distantes, artistas que viviam uma realidade diferente da minha, eu é que insistia em possuir os mesmos valores. Não sei por quê?? Um discurso importado pela mídia? Aqui entra o eu ouvinte.”
Dabliu Júnior, compositor e economista, abre outro debate sobre os processos de industrialização e comercialização. Sobre o funcionamento de mercado, popularizado pelo francês Jean-Baptiste Say e, logo depois contesta a teoria com outro economista: “Rodrigo Ferreira Do Amaral, adorei a reflexão. E a partir dela, acho que posso contribuir um pouco com mais ideias pra que possamos pensar juntos. Primeiro, faz sentido a incorporação da lei econômica "a oferta cria sua demanda", que os economistas chamam de Lei de Say, e é o pensamento que atualmente tem sido incorporado pelos meios de produção da música. No entanto, na história econômica já tivemos provas que a Lei de Say está errada, a partir da crise de 1929, quando o mundo teve seus estoques abarrotados, principalmente os EUA que viviam algo que podemos traçar um paralelo com o que vemos hoje: uma aparente "crise" acontecendo, as prateleiras cheias, as pessoas desempregadas, e o governo com o que era a lei macroeconômica da época: nada se deve fazer porque o mercado se auto regulará (liberais). No entanto, em 1938 surgiu uma obra que revolucionou a economia, a "Teoria Geral" de Keynes, que mostrou que não era a oferta que mandava na economia no curto prazo e sim a demanda! Eis o erro que fez o mundo e principalmente os EUA ficarem estagnados por quase 10 anos!! E agora isso se repete. Se temos um problema de demanda, ou podemos esperar a euforia passar, ou fazer como os velhos amantes do vinil têm feito, e mostrar o maravilhoso mundo dos discos físicos: o ato da compra, os encartes, saber quem fez o que, isso tudo é mágico. No entanto, isso, que parece uma reflexão otimista, pode esbarrar em outra variável: será que as pessoas em geral, o público médio, busca esse tipo de satisfação musical? Será que ele acha que o legal da música é essa imersão na obra de arte que é um disco, e absorve-lo nos mínimos detalhes? Ou será que o mp3 só trouxe à tona a mediocrização na hora de ouvir música, consumir música por osmose e sem qualquer apreço especial? Voltemos à reflexão...”.
Rodrigo: Não se limitar a teoria e aplicar um modelo de processo para construção de uma marca ou produto (musical e artístico). Partindo do pressuposto que, precisa-se de consumidores (público) e que se deve construí-los. As duas argumentações filosóficas baseadas na história, tanto do Esmanhoto quanto a do Dabliu Junior, abrem algumas questões fundamentais: Educação em primeiro lugar, dever do Estado, defendido por Ângelo. E a do Dabliu que levanta sobre o consumidor atual que, hoje, espera as coisas caírem em seu colo. O que poderia defini-lo como medíocre. Um consumidor que não questiona e nem reflete sobre o que consome em arte. Vai pela moda! A massificação da música!
Devemos lembrar, aqui também, que a arte está em movimento. Será que não somos nós que ditamos a regra sobre a produção em arte? Será que estamos iconizando verdadeiramente e, com um conteúdo forte e embasado? Será que a massa não prefere a facilidade, em vez de usar o cérebro? Os artistas caíram no abismo emocional e financeiro para “sobreviver” de arte?
Segue mais algumas problemáticas e acreditamos que devem ser respondidas, pois queremos o mesmo denominador comum!
Confira o trabalho do Ângelo Esmanhotto:
E do Dabliu Júnior: Aqui

Para o compositor: Será que deve editar um CD físico?

Tenho uma análise sobre a produção de discos e CDs, para os amigos musicais e pode fazer certo sentido para alguns. Espero que seja relevante e contribua para uma reflexão. Quando cavamos um buraco na beira do mar, a todo custo queremos deixar mais fundo, tirarmos mais areia e, sem sucesso não avançamos; quando não, o buraco fica mais largo, a maré invade e volta tudo como antes. Comparo o objeto de arte e a fruição do pensamento, sobre ele, comparado ao “fazer um buraco na areia”. Somos humanos, e precisamos, sobretudo, voltar e buscar no âmago o desejo de cavar, busca no ofício e na reflexão. Existe ainda, contudo, o papel da memória, a lembrança, onde, sentimos outra necessidade dentro de outra ainda, e precisamos voltar a cavar nossas memórias. Tudo para retomar esse antigo desejo, em que, queremos chegar a um novo lugar, mesmo que, sem fim. Assim é a arte no meu ponto de vista.
Minha proposta, para este texto, tem como foco da produção de discos e CDs. Mas antes, desenrolo o fato a existência de dois tipos de artistas, que em ambos os casos se beneficiam ou sofrem com essa questão. Vou nomeá-los de: Os artistas funcionais, aonde, à função, ao fim pratico e os artistas migrantes, desconfortáveis, que se deslocam no tempo e espaço. Cada um deles será tratado de forma diferente aqui. Mas antes, pretendo comentar um pouco sobre a produção fonográfica destes artesãos interneticos.
Atualmente o artista ultrapassou o limite da produção e do fechamento do trabalho. Está no controle de tudo, até, de quem está ouvindo sua música. O que é interessante e pertinente em certos aspectos. Saber quem nos ouve e quem gosta do que estamos fazendo, na maioria dos casos é fundamental! Cria-se uma ligação entre o criador e seus discípulos (ouvintes). Com todo respeito aos fãs, mesmo por que, são eles que proporcionam nosso dia a dia árduo. Agora, se, como artistas, somos abastados ou temos uma forma de sobrevivência, melhor ainda. Liberdade é tudo! Mais fácil se torna a vida e temos mais tempo para estudar e sermos melhores músicos, compositores, cantores, atores, artistas visuais, fotógrafos, etc. No entanto, para muitos outros, não tão abastados, e que, pretendem viver de seu trabalho em arte, e não é fácil. Ainda mais, enquanto somos vistos como segunda opção no olhar do contemplador (ou, ouvinte), preferindo este, o mundo natural. O que, certamente é maravilhoso.
Então, temos aí, a abertura de mais uma problemática: O contemplador. Esse, muitas vezes, acostumado agora com o surgimento das coisas a sua frente. O que é proposto pela mídia de massa e ele aceita sem questionar. Casos também das redes sociais, onde, um indivíduo pode se tornar o condutor de um processo imbecil em que vários indivíduos o seguem, tomando-se ele um idealizador, como seus seguidores. Estes muitas vezes o seguem cegamente.
A tecnologia computacional permitiu o surgimento de novos processos de comunicação e de produção, onde, cada artista tem o controle de tudo o que produz. Até mesmo, depois da suposta finalização do processo de criação (artista migrante), desconfortável ele ainda se sente. Permeado pelo comunicador digital, abre assim, uma possível insegurança e medo de ser criticado pelos outros! Temos um dilema para os dois tipos de artistas.
Gostaria agora de falar do mp3 e de sua livre distribuição pela Internet. A oferta cria demanda, e é assim que os mestres do capitalismo vêm resolvendo suas estratégias mercadológicas e financeiras. Entretanto, e sempre, geram-se conflitos; não é regra, mas geralmente, para o mercado das artes e da música isso irá sempre acontecer. Por parte do criador, se ele tiver um mínimo de compaixão com seu trabalho (artista funcional) e de quem o comercializa o trabalho, e que, normalmente, está sempre com muita vontade e ímpeto de ganhar mais e mais nas vendas. No entanto, e, na maioria das vezes, esse conflito é resolvido com mais dinheiro (artista funcional). Estas verdes notas, que afagam e acalmam os ânimos, comprando assim uma nova alma para este artista. O que, até então, no meu ponto de vista, não deve ter nenhum mal nisso! Afinal, todos nos queremos uma aposentadoria digna. Voltando ao capitalismo. Não temos como negar que existe um propósito, bem claro nesta frase “Existindo demanda cria-se oferta”, expressão "a oferta cria demanda". É a forma mais eficaz de fazer propaganda do seu trabalho sem gastar muito (artista funcional), e a forma mais abrangente (artista migrante) de se deliciar.
“Pirataria não afeta venda de música digital” será que afeta sua vida como consumidor? Será que não serve como uma forma de propaganda para vender nossos discos?
Sempre quis ler alguns livros de Allan Poe, achei alguns exemplares na internet. Bacana! Toda vez que quero ler ele está lá a minha espera, no ipad . Bem cedo, esses dias, eu e minha esposa decidimos sentar nas poltronas aqui de casa e cada um leria um livro. Imagine a cena, lareira acesa um vinho nas taças e a gente brigando para quem iria ler o livro de Allan Poe que estava no ipad, afinal têm somente um ipad. Leia também o blog de André Egg sobre a importância do livro na era digital. Tá eu exagerei! Não daria para comparar com o mp3, pois ele você espeta no aparelho de som e todos se beneficiam em escutar a música. Só tem um detalhe que não foi esquecido por nós acima dos 30 anos de idade. E aquele prazer que tínhamos de ir até a loja no centro de Curitiba, escolher o vinil ou CD, sair com ele comprado, chegar em casa, escutar a música que a gente tanto queria e ainda ficar olhando a produção da capa. Aquele disco virava nosso troféu. Um total deleite! Ontem na Rua 24 Horas, conversando com Alex Gregório do Tio Amantino Trio, ele me lembrou, “você lembra, íamos para a escola com alguns discos na mala, para depois da aula ouvir na casa de alguém? E tinha gente que levava fita K7 para gravar?”. A reflexão está em, como devemos enxergar o papel do disco. Tanto como artistas e consumidores.
O que proponho é uma reflexão! Atualmente, até os artistas fabricados pelas grandes indústrias estão perdidos com essa questão. Lançamos e quando lançamos o CD?

Será que não vou vender meu trabalho?


Tenho uma análise para fazer sobre a produção de discos e CDs, para os amigos musicais e pode fazer certo sentido para alguns. Espero que seja relevante e contribua para uma reflexão. Quando cavamos um buraco na beira do mar, a todo custo queremos deixar mais fundo, tirarmos mais areia e, sem sucesso não avançamos; quando não, o buraco fica mais largo, a maré invade e volta tudo como antes. Comparo o objeto de arte e a fruição do pensamento, sobre ele, comparado ao “fazer um buraco na areia”. Somos humanos, e precisamos, sobretudo, voltar e buscar no âmago o desejo de cavar, busca no ofício e na reflexão. Existe ainda, contudo, o papel da memória, a lembrança, onde, sentimos outra necessidade dentro de outra ainda, e precisamos voltar a cavar nossas memórias. Tudo para retomar esse antigo desejo, em que, queremos chegar a um novo lugar, mesmo que, sem fim. Assim é a arte no meu ponto de vista.
Minha proposta, para este texto, tem como foco da produção de discos e CDs. Mas antes, desenrolo o fato a existência de dois tipos de artistas, que em ambos os casos se beneficiam ou sofrem com essa questão. Vou nomea-los de: Os artistas funcionais, aonde, à função, ao fim pratico e os artistas migrantes, desconfortáveis, que se deslocam no tempo e espaço. Cada um deles será tratado de forma diferente aqui. Mas antes, pretendo comentar um pouco sobre a produção fonográfica destes artesãos interneticos.  Atualmente o artista ultrapassou o limite da produção e do fechamento do trabalho. Está no controle de tudo, até, de quem está ouvindo sua música. O que é interessante e pertinente em certos aspectos. Saber quem nos ouve e quem gosta do que estamos fazendo, na maioria dos casos é fundamental! Cria-se uma ligação entre o criador e seus discípulos (ouvintes). Com todo respeito aos fãs, mesmo por que, são eles que proporcionam nosso dia a dia árduo. Agora, se, como artistas, somos abastados ou temos uma forma de sobrevivência, melhor ainda. Liberdade é tudo! Mais fácil se torna a vida e temos mais tempo para estudar e sermos melhores músicos, compositores, cantores, atores, artistas visuais, fotógrafos, etc. No entanto, para muitos outros, não tão abastados, e que, pretendem viver de seu trabalho em arte, e não é fácil. Ainda mais, enquanto somos vistos como segunda opção no olhar do contemplador (ou, ouvinte), preferindo este, o mundo natural. O que, certamente é maravilhoso. Então, temos aí, a abertura de mais uma problemática: O contemplador. Esse, muitas vezes, acostumado agora com o surgimento das coisas a sua frente.  O que é proposto pela mídia de massa e ele aceita sem questionar. Casos também das redes sociais, onde, um indivíduo pode se tornar o condutor de um processo imbecil em que vários indivíduos o seguem, tomando-se ele um idealizador, como seus seguidores. Estes muitas vezes o seguem cegamente.
A tecnologia computacional permitiu o surgimento de novos processos de comunicação e de produção, onde, cada artista tem o controle de tudo o que produz. Até mesmo, depois da suposta finalização do processo de criação (artista migrante), desconfortável ainda se sente. Gostaria agora de falar do mp3 e de sua livre distribuição pela Internet. A oferta cria demanda, e é assim que os mestres do capitalismo vêm resolvendo suas estratégias mercadológicas e financeiras. Entretanto, e sempre, geram-se conflitos; não é regra, mas geralmente, para o mercado das artes e da música isso irá sempre acontecer. Por parte do criador, se ele tiver um mínimo de compaixão com seu trabalho (artista funcional) e de quem o comercializa o trabalho e que está sempre com vontade e ímpeto de ganhar mais e mais. No entanto, e, na maioria das vezes, esse conflito é resolvido com mais dinheiro (artista funcional). Estas verdes notas, que afagam e acalmam os ânimos, comprando assim uma nova alma para este artista. O que, até então, no meu ponto de vista, não deve ter nenhum mal nisso! Afinal, todos nos queremos uma aposentadoria digna. Voltando ao capitalismo. Não temos como negar que existe um propósito, bem claro nesta frase “Existindo demanda cria-se oferta”, expressão "a oferta cria demanda". È a forma mais eficaz de fazer propaganda do seu trabalho sem gastar muito (artista funcional), e a forma mais abrangente (artista migrante) de se deliciar.
Pirataria não afeta venda de música digital” e nem vai afetar sua vida!

Como se comportar diante ataque de elefante.


Você se encontra em um Safári e de repente um enorme elefante se coloca a sua frente, provavelmente uma fêmea defendendo sua cria. Respire fundo e espere, se ele não levar suas orelhas caminhe devagar para trás e com muita calma. Obedeça fielmente as explicações de quem te levou para esse lugar maluco. Se ele chacoalhar as orelhas na sua frente, se prepare o animal vem para o ataque. Provavelmente você vai morrer do coração ou borrar as calças (pode acontecer dele fugir por causa do cheiro). Continue calmo, mas com medo! Afinal? Normalmente ele acaba por não finalizar o ataque e recua. No entanto, volta na mesma disposição com uma nova investida logo após a primeira. Não sei se daria tempo para se esconder, nunca passei por isso (estou ilustrando e traçando paralelos). Ela faz tudo isso para proteger sua cria. Agora, se você quiser se arriscar nas “pernas para quem te quero”, se prepare, pois o animal irá atrás de você feito um louco e, vai correr por um bom período até cansar. Provável que você canse antes. Não se jogue no chão, não corra em círculos. Essa imagem, além de ser vista em canais de entretenimento sobre animais poderia ser considerada também no aspecto humano. O que acha? Não seria difícil imaginar grandes seres que andam por nossa cidade semelhante a estes animais. Rosnam para abrir espaço e corpulentos derrubam os outros do seu caminho. Muitas vezes, se apropriam de outros artifícios para ficarem maiores e mais fortes, como: Carros, ônibus, caminhões, motocicletas, jornais, revistas, blogs e redes sociais. Outro dia, atravessamos a rua, um caminhão veio a toda velocidade em nossa direção e, quando se aproximou da gente acelerou mais ainda. Passou o sinal amarelo. Não entendemos aquele sujeito! Queria nos matar? Eu acho que ele se acidentou depois, só pode! Rafael agora trabalha em uma indústria de automóvel, virou chefe de seu grande amigo Ricardo. Os dois, agora se encontram para tomar um café:
Rafael: Como está Ricardo?
Ricardo enchendo sua xicrinha de açúcar responde que está tudo bem.
Rafael: Como está o projeto do Neganicon, passou para os outros engenheiros?
Ricardo enchendo sua xícara de café responde que o projeto Negaricon está encaminhado a todos os engenheiros.
Rafael: Seria prudente você avisar a diretoria, pelo nosso VPN que está em andamento o projeto!
Ricardo com a xícara quente na mão responde que fará e se desculpa pelo descuido.
Rafael: Da próxima vez não vou segurar sua onda, sempre notifique a diretoria de projetos.
Ricardo pensa: Quem é esse merda que está falando comigo. Quem ele pensa que é? Foi meu padrinho de casamento, agora vem com essa? Babaca!
Ricardo rebate: O sistema de VPN estava fora do ar, contatei o TI eles verificaram o problema na rede. Alguém da diretoria esbarrou em um dos cabos desligando o sistema.
Toda a conexão do sistema VPN ficava ao lado da sala de Rafael. Poucos podem entrar naquela sala, refrigerada e o local onde se guarda informações importantes da empresa, todos os HDs. Ricardo sabia que era o lugar perfeito para Rafael pular a cerca com a secretária.
Rafael: Cara, quando vamos fazer aquele churrasco. Pode ser lá em casa! Nem vamos falar de trabalho, vamos curtir o fim de semana, eu pago tudo.
Ricardo: He He!

Uma novidade espera você!


"Toda ação tem uma reação oposta e de igual intensidade", básico, qualquer idiota entende isso. Na prática, todos esquecem esta lei da física, e, ela se aplica em tudo; no que comemos, quando andamos, e também, quando falamos asneiras, ou não! A única exceção à regra, não sei por que, é quando o artista mostra seu trabalho para poucos e quando bem executado a reação oposta é maior e mais intensa. Existe a emoção envolvida? Claro que é isso! Somos seres movidos pela razão e emoção. E neste caso a lei não se aplica!  Quando essa emoção, vindo de nossos ouvintes e interlocutores volta para nós, ficamos felizes. Por que, e normalmente, ela é multiplicada. E pouco se explica disso. O motivo de gostarem mais de uma música do que de outra ninguém sabe ao certo como acontece, existem estudos reconhecidos, mas, não sabemos o que toca as pessoas, e por que algumas coisas tocam mais do que outras. O artista se envolve além da emoção, cuida, como se aquele trabalho fosse do “eu criador”, o “Eu” fica em primeiro lugar. O “eu criador” se torna um Deus. E esse Deus não permite criticas e reações adversas. Quando comentados sobre esse ou aquele trabalho, por jornalistas e críticos de arte como exemplo, aumenta ainda mais o interesse pelo feito. Se for para o lado pessoal ou mesmo o da critica (estamos sendo criticados), aí que cometemos os deslizes. Caímos no erro, muitas vezes, de achar que estamos sendo perseguidos. O que não é verdade. E queremos dar a resposta à altura, senão muito mais alto do que conseguimos alcançar. Onde está meu lugar? Empurre esse cara para lá, se ele cair, dane-se!

O desejo de ser reconhecido nas ruas, em geral, é de todo o artista. Andy Warhol foi enfático, gerou polemica, um visionário. Mas como entender um visionário, como as pessoas saberiam o que iria acontecer com a humanidade, e naquela época? Antes, para ascender uma lâmpada era preciso clicar no interruptor, hoje, basta falar: Ascender luz! Ou mesmo, de um aparelho, a milhares de quilômetros podemos ligar todas as luzes de casa num clique! Tudo mudou, perseguimos desenfreadamente um lugar ao sol e existe cada vez menos espaço na sombra. Deixamos de “o ser” artistas e nos transformamos em “máquinas de fazer arte”.  Nem pretendo citar Walter Benjamin. Ultrapassamos qualquer teórico, estamos perdidos. Talvez, Umberto Eco. Parafraseando seu trabalho, uma obtusidade do artista em relação à massa. Seres integrados. Artistas funcionais, e nem um pouco preocupados com as criticas das ações. Visão somente na praticidade de se multiplicar, criando um sistema de massa que valoriza a quantidade, relativo à fama e ao sucesso. A priori, está emanação de conteúdo vindo ou não do alto escalão artístico, é baseado na alienação. A massa aprisiona o artista. E o mesmo agora, manipula suas funções em detrimento do lucro. Estamos indefesos em ambos os lados. 

Vou ficar quietinho. Depois que estouramos a ogiva e o núcleo ficou exposto, melhor eu me retirar.

Guru e Delô formam o pedaço de uma nação, o pedaço mais abastado e educado, pedaços promissores de uma nação dividida em mil!
Guru diz: Deixo aqui, para meus amigos os respingos. O ácido já me queimou demais, vou para meu retiro espiritual digerir e tentar entender esse conflito. Não entendo. Fizemos tudo para o bem de todos! Meu relógio ficará próximo ao fogão, para eu não perder a hora de ligar o gás.
Alguém de fora comenta: Esta nação está em guerra civil e se perguntam por quê? Só agora gerou essa dúvida e como deixaram isso acontecer? Vou ter que perguntar ao Guru. Apesar dos quilinhos a mais ele é centrado, os exageros alimentares são uma exerção e  neste caso nada o detém, admite, adora a macarronada de domingo junto com maionese e batata. Outra de suas paixões é a tecnologia, foi ela que permitiu o surgimento de se nome, Guru. Não sabemos do que se trata a alcunha, no entanto deve ter alguma rasão entre seus pares. Será que eu consigo uma audiência? Delô pode falar por onde anda esse rapaz tão solicitado.
Consegui seu contato. Pronto! Está em sua casa conversando com os amigos. Vou dar uma chegada por lá. vejo o mestre sentado em seu sofá marrom e de encostos macios e faço a pergunta: Guru, como isso aconteceu, duas nações amigas? E a indústria, ninguém pensou nela? É ela quem fabrica os armamentos, não? Além do quê, os tipos de armas que estão sendo usadas, nesta guerra, depende de quanto temos para gastar, não é por aí? Quem está pagando esta conta? Se tem algum medo corte os gastou ou reverta para todos. Assim deixamos de ter fome. Quem tem fome não quer ouvir, "olha eu tenho aqui a solução para você", ele quer comer naquele momento. Precisa de energias para viver! Mas Guru, estamos lutando por um mesmo ideal revolucionário. Não estou entendendo seu discurso. Agora, o que aconteceu saiu do controle, como retomar o partido? Em 1910 Marinetti sabia o que fazia. Lembro-me de todo o movimento Futurista, Les mots en liberté ("Liberdade para as palavras") Marinetti, poeta e ativista, (não experimentou cantar, bem esperto), saía dando pancada e socos em todos pela frente. Assim disseram seus contemporâneos. Marcou aqueles meses. Guru, agora, uma nação se enfrenta assim, entre socos e pontapés. São amigos aparentemente, mas dão as costas um para outro depois de cem metros de distância, desconfiados. Que chato! Como montaram essa ogiva nuclear, os dois tem que deter essa. Como não pensara nisso. Acha que foram persuadidos pela indústria de armamento? Que duvida! Quanto tempo ficará em seu retiro?
Achamos que ele deveria ligar logo o gás, ou, rapidamente achar uma solução pratica. Parar com a prática de nudismo e se vestir de mulher. Nem o espelho aguenta mais.
Delô continua na batalha com seus amigos pretende ganhar a guerra. Mas, se o dinheiro acabar entregamos os betes.

Escritor com mania de perseguição.

Corri logo para dentro de casa escrever, sublimar essa minha necessidade de dançar, aparecer, cantar, correr (Bom! Isto exagerei um pouco, correr cansa.), pular e vestir o vestido da mamãe. Não, não sou gay! Respeito, claro! Tenho vários amigos gays. Não é nada disto que está pensando, quando visto as plumas da mamãe, é só... Sei lá, pensa em Belfast nos anos mil novecentos e setenta. Aquelas botas de salto plataforma, ouvindo Janis Joplin, cabelos longos. De trinta e trinta anos a história se repete. Só isso, mesmo. Comecei a pensar sobre o que iria escrever. Fácil, veio à tona rápido. Vou escrever sobre uns amigos que andam cultivando barba. Parece-me que eles andam desprotegidos como eu. Normalmente e raramente saem do sofá para escovar os dentes. No entanto, sei que hora ou outra vão ter vontade de encontrar os amigos em um bar, cantar cantigas e canções medievais. Não sei se eles irão aprovar meus textos, com certeza não! Podem achar que estou roubando suas almas. Nem sabia que escritores tinham alma. Será que eles têm alma? Tem que abrir bem a boca para enxergar bem a alma deles. Deve ser isso! Não consigo abrir bem a boca desses caras. Acho que o que escrevo deve ser uma merda. Mas a maioria aperta Like (Curtir). Ontem, li a resenha de outro colega e ele me criticava ao ultimo, suas palavras me magoaram muito, segue um trecho do texto que Soares comenta sobre mim: “Uma normalidade perene, sua imagem...”. Como assim? Deixei minha barba crescer e faz muito tempo que não saio do sofá. Ainda assim ele fica nas entrelinhas no título do texto, palhaço: “A Itália o melhor lugar para se morar.” Agora vem com essa! Nunca mais vou conversar com esse idiota.
Vou pedir uma pizza Napolitana, estou com fome! 
Alô eu gostaria de pedir uma pizza. 
Sabor? 
Napolitana! 
Como assim com tomates por baixo do queijo? 
Ai meu Deus, você é amigo do Soares? 
Como sabe que eu gosto dos tomates assim?

Estamos tão distantes da lua


Outro dia, enquanto passeava dentro do Museu de Arte Contemporânea, fiquei espantado com o número de pessoas que havia lá, percebi isto com o canto dos olhos, num breve momento, tão rápido quando o tema o Voo do Besouro. Voltei e fixei meu olhar a fim de entender melhor o que acontecia. Afinal, podia ser uma reunião de estudantes! Percebi então, que era somente um quadro ultrarrealista. Que chato! Quase uma foto. A perspectiva perfeita e os detalhes nos cabelos ao longe me enganaram os sentidos. Agora entendi, voltei logo à realidade. Ainda bem que estou só, que vergonha deste sorriso idiota, melhor entender o que se passa neste Museu sozinho. Outro dia, havia uma senhora passeando por ali, aí percebi que, tem momentos cansativos por aqui se não apreciamos um trabalho em arte sozinho. Num quadro de um pintor chamado, vou só citar seu primeiro nome, Rafael. Criou-se a seguinte cena;Claro! Fiquei até encantado e vamos ao jogo. Segue a cena: Eu e aquela senhora ficamos em um embate por pelo menos 20 minutos. Ela se aproximava da tela para ver os detalhes e eu me afastava, ela se afastava e eu me aproximava. Assim ficamos por esses longos e intermináveis 20 minutos. Ela não disse nada não me dirigiu a palavra e parecia me olhar pelo canto dos olhos, depois que terminamos o jogo e fomos cada um pelo seu caminho, fiquei pensando. Por isso que, quando o pessoal volta de Paris comenta sobre o Louvre: Não consegui ver tudo em 4 dias; o outro, claro que não! Pensei com meus botões, nem em o ano inteiro conseguiria se for assim como eu e essa senhora. Gostou do quê no Louvre? A Mona Lisa é tão pequena. Tem um monte de gente em cima, difícil chegar perto. E quando chegamos, total decepção! O que achou? Eu esperava que fosse muito maior! A que temos lá em casa, no quarto, um pôster, muito melhor! Claro que entendo, o original é bem melhor! Cof, Cof!

Aos que poderiam comentar: Claro, olha o tamanho do Louvre, não daria nem em 4 dias para ver tudo. Por favor, apreciem a lua, olhem, de dia, bastante para o sol (claro, tem que ser de dia) e depois vão assistir à novela das oito. Acalmem os ânimos que, sua viagem para Paris será maravilhosa e despretensiosa, aproveite cada momento da viagem. Conhecer outras cidades, respirar outros ares é maravilhoso, principalmente aqueles bem poluídos e com cheiro de bolor. Não que aqui não tenha esse cheirinho, tem sim e fugir dele é impossível, nem pense nisso. Talvez se apreciassem mais a lua! Encontrem um lugar que possam fugir do bolor, não questionar tanto a existência humana e não reclamar deste bolor instalado em nosso nariz. Boa viagem! Paris é linda assim como Sorbonne por dentro.

Quando eu tinha meus 20 e poucos anos.

“Sempre precisei de um pouco de atenção 
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto.
E destes dias tão estranhos
Fica a poeira se escondendo pelos cantos.

Esse é o nosso mundo:
O que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance.
Ninguém vê onde chegamos:
Os assassinos estão livres, nós não estamos.”

(Renato Russo)  
Quando eu tinha meus 20 e poucos anos.

Andei pensando sobre essa história de como se vive em uma cidade grande e cosmopolita sem ter medo de morrer, então, pelo menos, seria preciso saber onde levam seus mortos, no mínimo para ficar um pouco tranquilo, tremendo ainda, mas, menos preocupado. Isso é fundamental no meu ponto de vista. Saber onde ficam os hospitais é outro ponto importante. Ninguém quer ficar enfermo e ter que recorrer às farmácias que mais parecem supermercados, com certeza o atendente não irá entender o que você precisa e pelo que está passando. Quer conversar sobre seus problemas, vá se confessar! Além do quê, não acredito nos padres de hoje, nem nos de ontem. E esses atendentes, da farmácia, estariam mais preocupados em vender chocolate e pipoca de micro ondas do que conversar com você. -  Olha aqui piá, vá pra outro lugar não encha o saco!
 E é tão entranho pensar em sentar em frente ao meu computador, deixar o teclado no colo e começar a escrever, ou criar uma imagem do nada no Photoshop, um trabalho de arte digital mais nada. E nada mesmo, nada faz sentido se não temos um pouco de atenção. Pensei nisso lendo essa letra do Renato Russo.  Não estamos livres e, ao mesmo tempo, queremos mudar o Status Quo. Ser livres! O que também pode ser difícil, pois teríamos que trocar de roupa e fazer a barba. Sair do sofá é um problema, prefiro ficar por aqui cantando minhas músicas junto aos meus amigos. Até para gravar um trecho de trilha de áudio, vou chamar alguém que tenha um estúdio móvel, prefiro ficar sentado. Claro que tem o lado estranho, minha barriga está aumentando consideravelmente. Mas acho que isso é o acúmulo dos acontecimentos e de funções, além do mais, estou ficando famoso! Famoso nesta cidade, onde que não sei como morrer. Pensando bem, mais ou menos, agora na minha idade aprendi um pouco mais. Mas eu acredito que ninguém saberia como me enterrar. Isso é certo.  Teria gente chorando e salva de palmas, no mínimo, afinal, escrevi minha história nesta cidade e seria uma falta de respeito não ter pelo menos uma senhora dando escândalo ou declamando minhas poesias. Só espero que, se declamarem alguma poesia que seja uma minha. Será? Fiquei preocupado e se ela escolher uma poesia de Leminski. Nada contra, mas é o meu sepultamento, respeitem ora bolas, que quero uma de minhas poesias.

Essa cidade me mostrou como são os assassinos, eles tem um rosto. Ela mesmo que antes escreveu meu nome nos muros agora corre atrás de mim com uma faca na mão. Será que em toda cidade deste planeta um artista se vê como um marginal? Um marginal vive a margem! Prefiro ficar sentado no sofá, sair corro o risco de ser rotulado como marginal. Agora estou preferindo a poesia de Leminski em meu enterro. Melhor parecer o anti-herói, as mocinhas preferem a barba por fazer. Melhor, vou pegar uma viola “como diz a música” e sair por aí. Quem sabe morro em outro lugar. No mínimo quando voltar, no carro de bombeiros quero passear.

RELATO DE UMA PESSOA QUE RECEBE UMA ENTIDADE "ESPÍRITOS" EM CURITIBA - Mulher de 52 anos formada em Letras e Linguística.

Verdade seja dita, para alguns, é difícil ler um bom livro e uma boa poesia, ouvir uma boa música, ver um bom quadro, assistir a um bom filme, e com um mínimo de veia artística não sentir-se tocado por um ser divino que lhe estende a mão e o norteia para fazer uma obra de arte naquele instante. Sério? Existe muita poética nesta conversa, inspiração divina, mesmo! Um ouve e outro vê, e os espíritos estão à solta. Preciso consultar os parapsicólogos. Afinal, eu não tenho sentido isso quando quero fazer um trabalho em arte ou música. (Eu não, graças a Deus!) Descobri esses dias, um Dr. Parapsicólogo, vou chamá-lo de Guino, para preservar sua identidade. Se não me engano ele é curitibano de sotaque e sobrenome. Entende muito bem desses assuntos fantasmagóricos, praticamente um Caça Fantasma. Confesso que me deu um pouco de medo. Alias, ainda mais, quando ouvi seus relatos referentes aos artistas que recebem essas inspirações divinas. Aquelas do outro lado do mundo (onde vivem os espíritos) e existe lá um espírito chamado de “Dom Divino”. Ele deve ser italiano! E pelos relatos a conexão não deve estar muito boa. Afinal deve ser por que a Itália é bem longe do Brasil! Com certeza a conexão está ruim. Culpa das operadoras de telefonia. Os fenômenos Poltergeist não estão chegando com clareza para esses seres inspirados pelo tal Dom. Deve ser por isso que eles só ouvem as vozes e veem os vultos. E não para por aí. Dr. Guino conta que, nestas pessoas especiais, que andam pela cidade de Curitiba se aproveitando do fenômeno, correm para de trás dos ectoplasmas a fim de se tornarem invisíveis. 
Impressionante eu achei um dos relatos que ele me contou:

Mulher de 52 anos recebe Dom Divino em seu apartamento e começa a psicografar até amanhecer o dia.
Ela conta que, entre poesias e ensaios críticos, chegou ao ponto de cantarolar algumas músicas. Plumas e paetês apareceram para fazer parte da festa, chegou a flutuar pela sala.
Dr. Guimo explica ser um fenômeno típico e é sempre normal flutuar, na maioria dos casos! Ela relata chegar a sair do chão por alguns segundos, e acredito como uma autoridade em parapsicologia ocorreu sim uma possessão do Dom Divino. O problema veio depois e sua conversa ficou muito estranha, começou a ver pessoas olhando-a pela janela, e uma delas, em especial a perseguia com os olhos, será sua inimiga? Esse olhar era estranho, mas seu rosto parecia familiar. E comentou: “Dom Divino nunca me apresentou esse espírito.” Mais tarde, quando amanheceu, ela me disse ter ido ao mercado e o espírito, com aqueles olhares, a acompanharam e ninguém me percebeu a presença dela ali naquele espaço, havia se escondido atrás deles. Escondi-me nos vultos, disse ela! Um ou outro me olhava, mas parecia transparecer, como se eu estivesse com a capa de invisibilidade do Harry Potter. Ainda bem, não quero que me descubram. Quero ficar incógnita!
Estudando seu histórico, viu sua formação escolar, aonde, como estudante ela chegou a doutorado em letras e linguística, o que parecia normal. No entanto, em conversa menos formal descobriu que ela havia, quando mais criança, feito troca-troca com uma coleguinha de classe, brincava no Clube e participada de vários bailes de Carnaval no Iate, e que também, frequentava a Missa todos os Domingos. Depois dos 15 anos se tornou menos puritana e se jogou na vida, deu, fumou, bebeu, comeu, jogou e começou a tocar violão. Até que a família decidiu que iriam coloca-la para estudar, senão estaria fora de casa. Nas ruas aprendeu Kafka, Camus, Camões, Marcos Prado ouviu falar num tal de Helio Oiticica, Leminski e por fim acabou como uma vampira de Dalton Trevisan, ou uma Pagu curitibana que se esconde por traz. Agora está por aí, querendo se esconder por traz do espírito do Dom, mas mesmo assim dá a cara pra bater.

Prefiro acordar e reescrever cinquenta mil vezes, pintar o mesmo motivo dez mil vezes, destruindo e reconstruindo, até achar que ficou como eu queria. Não quero ter um Dom Divino falando comigo, tenho medo de fantasmas.

Bobagens no facebook

Por duas vezes, nessa semana, acabei por escrever bobagens no Facebook, o que levou a um estresse desnecessário e degradante. Achei interessante de qualquer forma! Atualmente, expressar sua opinião nas redes sociais virou uma questão de honra para a maioria, levantamos a bandeira, e admito, com todos os tiros e salva que, para mim também é. A Internet foi transformada no melhor meio de difusão e proliferação de qualquer tipo de expressão artística e cultural, e, desde que agrade maioria ou minoria “intelectual”, não importa, são só os números que importam. Cliques é o que valem, com todo respeito à produção do conteúdo, claro! Quanto mais cliques mais sucesso, no entanto, não enxergo nada definido e nem claro o objetivo destes cliques. Só vejo clara a manifestação gratuita a fim de agradar a acalmar a ansiedade e essa efervescência cultural que estamos passando. O que me deixa triste, é que, se manifestar qualquer opinião contrária ou com tom de critica (critica mesmo!), do que a maioria celebra, você volta ao patamar de ingênuo, chato e burro, tipo: Pré-escola. E o Facebook é o palco e leva a uma crueldade infantil e generalizada para quem tem sua opinião e a defende. Sabemos que sempre foi assim nos meios de comunicação bilaterais, não é novidade, mas nunca com tanta gente curtindo e se enfrentando, puta que o pariu! Criam-se ruídos, pensem bem! Temos que dar um “Viva” para a Internet!O que tenho notado, é que os ataques podem se tornar constantes e se você não tiver a defesa na ponta dos dedos, está fora, escrachado, ridicularizado infantilmente pelos coleguinhas de classe. São tão cruéis em sua maioria. E, ainda, tem a sequencia do acontecido, que aparece nos encontros casuais ou na troca de olhares nas ruas, está carregada daquela vergonha dos coleguinhas que não vão cumprimentar o nefasto na rua, tudo por que ele fala “bobagens” na sala de aula. E tem ainda aqueles que passam trote pelo telefone, gritando, rido alto, mais cruel impossível! E de repente vem o clique verdadeiro, e você se dá conta que só faz isso por que acreditar nas suas ideias e nos seus ideais, porque acredita naqueles super heróis, acredita que é verdade, acredita nos bandidos e que também pode saltar de um trem em movimento como um anti-herói que destrói tudo com uma bomba. Que via de regra melhora o mundo! Parece que o que escrevi acima está para um tom trágico, de piedade, mas é mais para uma Ópera Bufa. Lamento muito coleguinhas de classe, vou continuar manifestando minhas opiniões e se possível conquistarei mais e mais cliques de curtições por elas. Hehe! Um viva a música curitibana e a Internet. Só iremos acalmar os ânimos quando o objetivo for claro para todos!