Rotina romana

Não tenho grana pra comprar um carro
nem tenho carteira para dirigir
Saio de casa na madrugada
quem vai confiar num cara assim?
Essa é a vida normal, um breve refrão
Compensa pensar em toda essa tolice?
Essa imensa ilusão, criminalidade
a humanidade caminha em cima do vio metal
matando a paixão e o desejo natural

Tudo ficou a deriva

Invasão terrestre com barcos e afins
Naquela aldeia fica quente quando é dia.
Mulher em pelo deixa o pelo que arrepia
Entrar nas águas é o regalo de uma vida

Não deixe nunca chover naquela terra
cada pedaço é areia e molha a alma
nem verde, nem vermelha, não é mentira
nem a túnica transformou o que existia

Trocou a prata que entendia, nem era sua
como o espelho que olhou a sua cara
sentou na soleira da porta que rangia
de barriga cheia e a alma quase vazia

Uma criança veio um dia com vontade
Não era branca, nem vermelha era índia
esperou a sua volta na calçada
naquela nave que fugia quando a via

21

Não pega seus recados na secretária
Nem se despede o dia inteiro de ninguém.
Dispensa os ouvidos do falatório.
Quem é você para falar desse jeito comigo?
Que loucura é essa, parece novela!
Agora vou sozinho, sem essa cola no sapato
É muito mais seguro andar assim.
Meia idade não vale nada.

Tem que ter 21 até a morte
É o que vem me dizer! Depois de tudo
É o que vem me dizer
Tem que ter 21 até a morte